"Antes só do que mal acompanhado." Você provavelmente já ouviu essa expressão em algum lugar. Vamos refletir juntos sobre ela.
Nós, humanos, somos seres sociais. Nós não sobrevivemos sozinhos. A manutenção da vida exige convivência em grupos e esses grupos têm ficado cada vez maiores com as grandes cidades. Relações superficiais e falta de conexão genuína fazem muitas pessoas se sentirem solitárias: ficam mal ao se perceberem sozinhas, sem rede de apoio, desamparadas. Mesmo acompanhadas, sentem que não podem contar com ninguém para o que realmente importa. E qual a saída que encontram? "Antes mal acompanhadas do que só." A baixa autoestima tem papel decisivo aqui.
Por medo da solidão, muitas pessoas se submetem a relacionamentos infelizes, agressivos e desgastantes. O medo de sofrer sozinho é "resolvido" sofrendo em dupla ou trio. Sem perceber, algumas pessoas se anulam e vivem em função de outras. Fazem isso por tanto tempo que acabam não sabendo quem realmente são. O risco é grande: viver uma vida sem sentido, não autêntica, vazia. Uma vida que não vale a pena ser vivida. Uma vida pesada que não deixaria saudades.
Uma saída possível é aprender a ficar bem "sozinho". É PRECISO CULTIVAR A SOLITUDE. Nesse processo desafiador, muitas perguntas podem ajudar: O que eu gosto de fazer quando não estou com outras pessoas? Quanto tempo eu separo para passar comigo mesmo? Quais são as minhas aspirações e sonhos? O que me faz sentir bem? Que caminhos fazem sentido para mim?
Fazer-se essas e outras perguntas é uma excelente forma de se autoconhecer e de desenvolver a capacidade de identificar o que é importante. Isso é parte dos objetivos da psicoterapia. Estar com alguém pode ser muito bom ou muito ruim. Estar sozinho também. Como fazer para se sentir bem sozinho? Mais importante: quais as consequências disso?
Nós continuamos sendo seres sociais e precisando nos relacionar. Porém, quando passamos a nos sentir bem com nós mesmos e gostamos de estar na nossa própria companhia, fica muito mais fácil dizer não para relacionamentos que nos destroem de alguma forma. Também conseguimos estabelecer limites para nos preservar melhor e podemos escolher na companhia de quem queremos estar.
Aprender a conviver melhor com os outros é tão importante quanto aprender a conviver melhor consigo mesmo. Desenvolver essas habilidades é libertador!